Emiliano Dantas
Exposições Fotográficas
Entre o Mato e a Roça (Água Izé – São Tomé e Príncipe)
VII Bienal de Arte e Cultura de São Tomé e Príncipe
Entre o Mato e a Roça (Vila Franca de Xira – Portugal)
Museu do Neo-realismo
O Mediterrâneo Somos Nós (Lisboa – Portugal)
Parque 1 Maio - FUNDAÇÃO INATEL.
O Mediterrâneo Somos Nós (Madeira – Portugal)
Galeria de Arte Francisco Franco - FUNDAÇÃO INATEL.
Entre o Mato e a Roça (Lisboa – Portugal)
Instituto Universitário de Lisboa ISCTE-IUL
Meeiros do Cacau (Recife - Brasil)
Galeria Waldemar Valente - Fundação Joaquim Nabuco/FUNDAJ.
2016
Meeiros do Cacau (João Pessoa - Brasil)
Galeria de Arte Lavandeira
2015
Poéticas visuais sobre o Homem Natural (Havana – Cuba)
Centro de Estudos Martianos
Bom Pastor (Recife – Brasil)
Galeria Baobá - Fundação Joaquim Nabuco/FUNDAJ.
Coco do Amaro Branco – Retratos (Recife – Brasil)
O Museu da Abolição, MAB/Ibram/MinC
Exposição fotográfica na Galeria Waldemar Valente,
na Fundação Joaquim Nabuco/FUNDAJ, em 2016.
Texto da exposição
As fotografias aqui interagem com documentos, ferramentas e fragmentos, juntos compõe um trabalho iniciado em 2009, uma etnografia, nas fazendas de cacau do sul da Bahia. As propriedades retratadas passam por tempos de crise, abandono e falta de políticas públicas adequadas. Mas resistem dentro delas os antigos empregados que agora se intitulam Meeiros, uma categoria nativa, caracterizada por uma parceria agrícola com o dono da fazenda.
O sul da Bahia onde estão os Meeiros foi marcado pelas ficções em torno das riquezas vindas do cacau. As representações dessa região durante o século XX, sempre mostraram de um lado o coronel com suas riquezas e do outro o trabalhador realizando a mão-de-obra dentro da roça. Por isso, se optou em não mostrar os Meeiro no labor, pois, na pesquisa de campo, eles demonstraram que estão livres dos trabalhos excessivos, da exploração do patrão, atualmente podem ser donos do seu tempo, fazem as atividades que querem, vivem como desejam, possuem autonomia para moldar seu corpos no tempo da roça, da natureza e das suas agências.
A pesquisa antropológica foi um encontro com as diferenças, com o Outro, com a possibilidade de me encontrar. Aprendi com eles a respeitar seus hábitos, seu tempo, seus códigos e suas opções. Rendo graças às práticas advindas dos Meeiros, à vida livre na roça, ao contato estreito com a mata e à autonomia de ser dono do tempo e do corpo.
Emiliano Dantas
Fotógrafo e Antropólogo
Exposição de fotografias gigantes, com 2x3M, no Instituto Universitário de Lisboa/ISCTE, durante o Dia da Antropologia, em 2017.
Exposição de fotografias no Museu do Neo-realismo, em Vila Franca de Xira, em 2018.
Texto da exposição
Entre o Mato e a Roça é um nome que alude a um não lugar, um fluxo de transformações e de trocas.
O Mato são as plantas rebeldes que crescem de forma agreste, aquelas que nascem e desafiam a mão humana que tenta destruir a floresta. O Mato é misturado, é orgânico, sua definição não é precisa, nem mesmo uma categoria que se possa esgotar.
A Roça é a estrutura socioeconómica criada para se sobrepor à floresta tropical, com o objetivo de dominar. É o símbolo da construção humana, da cultura que promove a civilização.
Na lógica dualista da floresta como oposto à civilização, o Mato é, justamente, o primeiro sinal de que a natureza não é passiva. O Mato vem primeiro, cresce em qualquer fissura de cimento, pelas paredes, nos telhados e nos lugares mais inacreditáveis.
O Mato serve, neste trabalho, para orientar a visão para a floresta, que foi e está sendo destruída, para a vida que renasce em cima do betão, ou mesmo para tensionar a visão ocidental, dualista, que insiste em distinguir natureza e cultura.
Entre o Mato e a Roça é uma interpretação poética através de fotografias da realidade em mutação, no seu contínuo, no seu movimento de coexistir, de partes que se completam.
Exposição de fotografias na VIII Bienal de Arte e Cultura de São Tomé, na Roça Água e Izé, no espaço Fábrica das Artes Ambientais e Cidadania Ativa/FACA, em 2019.
Exposição de fotografias no Museu da Abolição, em 2011, intitulada Retratos, sobre os mestres cocoquistas do Bairro do Amaro Branco de Olinda. O coco é uma dança, uma música, um ritmo, transmitido de geração em geração.
Exposição sobre o Coco do Amaro Branco, em 2012, junto com o artista Caju. As fotografias foram transformadas em stencil para serem expostas nas paredes do Beco do Pneu, no Amaro Branco, em Olinda
Exposição na Galeria Baobá da Fundação Joaquim Nabuco/FUNDAJ, em 2011. Trabalho de pesquisa visual realizado durante o projeto Museu Múltiplo.
O Mediterrâneo somos nós
A instalação audiovisual “O Mediterrâneo Somos Nós” pretendeu, através do recurso a meios audiovisuais (vídeo, som e fotografia), entender a identidade e a diversidade do Mediterrâneo e situar Lisboa como a casa de muitos ‘mediterrâneos'. Usando uma metodologia de trabalho inspirada na antropologia visual e do som, foram realizadas entrevistas a 12 pessoas oriundas de países da orla do Mediterrâneo residentes em Lisboa e arredores de Lisboa. As entrevistas foram registradas em vídeo em duas línguas: a sua língua materna e português (ou inglês). Nas sessões de entrevista essas pessoas foram também gravadas em áudio dizendo uma mesma frase na sua língua materna e fotografadas com um objeto que reportasse para o seu país de origem. Com este material foi realizado um filme intitulado O Mediterrâneo somos nós (46’, legendagem em português, francês e inglês), uma peça sonora para 8 canais intitulada Vozes, sons e música da orla do mediterrâneo e uma exposição de fotografia intitulada Fotografias, corpos e objetos (14 fotografias P/B de grande dimensão).