Emiliano Dantas
Dona Glorinha
Durante muitos anos morei no bairro do Amaro Branco, em Olinda. Lá comecei a fotografar os moradores, o lugar e tudo que estava ao redor. Foi uma experiência que serviu para deixar em mim uma memória muito forte, marcada principalmente pelas pessoas do bairro. Depois de muitos anos retornei e fui conhecer as sambadas juninas, os mestres e os brincantes populares do Amaro Branco, podendo, então, voltar a fotografar no lugar onde começou a minha vida de fotógrafo.
As sambadas foram os primeiros eventos que tive acesso, nelas pude me aproximar de Dona Glorinha - a mestra mais antiga do Coco do Amaro Branco -, Lú do Pneu, Edmilson, Dona Ritinha da Garrafa, Viola, Cavalo - que é filho de finado Dedo - e Ivone. Conhecendo-os, tive a certeza de que são uma grande riqueza.
Eles, para mim, são fazedores da sua cultura, artistas do mundo, que por opção ou situação, encontram-se naquele local. Populares e brincantes da beira do mar, pescadores e artistas, homens, mulheres, mães, pais, avós e tantas outras coisas mais. Seria difícil tentar classificar essas personagens. Posso dizer que são brasileiros/as, cheios de criatividade e personalidade para encarar os dias de trabalho e as noites de festa. Os retratos são uma forma que encontrei de olhar no olho deles, de me comunicar ou de tentar despertar uma forma de comunicação entre todos os olindenses, brasileiros e cidadãos do mundo.
As fotografias feitas para esse ensaio foram encomendadas pela Coco Produções, em 2011, em um projeto Financiado pelo FUNCULTURA. As fotografias estão publicadas em um fotolivro (link) e em duas exposições (link). Além de comporem o albúm do Coco Do Amaro Branco, lançado em 2011, e o álbúm de Dona Glorinha, lançado em 2013.